Judeus não combateram escravatura negra

Os cristãos-novos, perseguidos, expulsos e muitos deles torturados e mortos por Espanha e Portugal nos séculos XV-XVII nunca defenderam os milhões de escravos africanos que foram transportados para o Novo e vítimas de torturas.
É o historiador Francisco Bethencourt quem o afirma no seu livro “Estranhos na sua Terra”, editado pela Temas e Debates.
“Os cristãos-novos em si não estiveram isentos de comportamentos desumanos, por exemplo, em relação aos africanos escravizados que, todos os anos, eram transportados em elevado número para a Europa e o Novo Mundo. Contribuíram para a criação e o desenvolvimento de um sistema de plantação baseado na escravatura, no Novo Mundo. Os cristãos-novos resistiram e protestaram contra a sua própria condição inferior, mas não puseram em questão a condição das pessoas negras, e ainda menos o sistema de escravatura, durante o início da Idade Moderna. Bartolomé de las Casas, que fez campanha contra a escravização dos nativos americanos, nunca tornou pública a sua oposição à escravização dos povos africanos”.