O candidato do “quase”

Sampaio da Nóvoa dá uma entrevista ao Jornal de Notícias de 28.09.2025 onde critica o panorama dos actuais candidatos presidenciais à eleição do próximo ano e remata que “o cenário pior seria uma segunda volta entre Gouveia e André Ventura”.
Sampaio da Nóvoa tinha excelentes condições para ser o próximo Presidente da República. Teria o apoio de mutos militantes do PS, como teve Manuel Alegre em 2006 (admitindo que Seguro tivesse o apoio oficial do partido, como Soares o teve em 2006) o apoio do Livre, do Bloco de Esquerda e muito provavelmente do PCP.
Preferiu desistir da candidatura.
Na entrevista ao JN, à pergunta se não virou costas ao país e não lhe faltou coragem para ser candidato presidencial, o professor universitário responde: “A coragem está cá e estará sempre. Eu não tenho medo. Ao dar esta entrevista, estou a fazer uma intervenção pública cidadã, a pedir a convergência (…) a apelar (…) aos candidatos presidenciais, estou a fazer o papel que julgo que me compete.”
Há dois anos Sampaio da Nóvoa escreveu no prefácio de um livro de Paulo Teixeira Pinto o seguinte:
A biografia de Paulo Teixeira Pinto começa a 10 de outubro de 1960. Depois, os dias são dele e escreve com o risco da liberdade. Sem medo.
“Para cumprir PORTVGAL é preciso cada um ter a coragem de se cumprir. A coragem alheia é fácil. A nossa é mais difícil, porém mais necessária. Sob pena de ficarmos pelo quase… ‘quase o amor, quase o triunfo e a chama, quase o princípio e o fim, quase a expansão…», quase…”
Por muito que doa a Nóvoa foi falta de coragem não avançar para Belém.
“A coragem alheia é fácil. A nossa é mais difícil”.