Sampaio da Nóvoa e a tralha socialista

A senha que há 15 dias o Objectivo apontou para lançamento da candidatura presidencial de Sampaio da Nóvoa, traduzido no caminho preparado por vários pesos-pesados socialistas, que ou não se apresentam na corrida ou declaram já apoio a Nóvoa e exortam-no a avançar, tem riscos.
Nóvoa precisa de uma candidatura de cidadania, abrangente, que se afirme por si própria e por antagonismo ao militarismo e volatilidade de Gouveia e Melo e ao engajamento de Marques Mendes ao PSD.
Não precisa de estar a reboque do PS, do Livre ou do Bloco de Esquerda.
As presidenciais de 2026 vão ter semelhanças com anteriores sufrágios no que respeita à corrida da esquerda.
Em 1986, Mário Soares precisou do seu carisma para captar votos ao centro e passar à 2ª volta, deixando Zenha e Pintasilgo pelo caminho.
Em 2006, Manuel Alegre, com uma candidatura de ruptura com o sistema Sócrates-Soares, congregou muitos eleitores do centro e ficou a uma unha negra de passar à 2ª volta.
Em 2016, Sampaio da Nóvoa teve o recorde de votos da cidadania, obtendo o excelente resultado de 22, 88%.
Só não passou à segunda volta porque Marcelo Rebelo de Sousa concentrou o voto da direita.
Hoje, a direita está espartilhada entre Gouveia e Melo e Marques Mendes, o que facilita a passagem de Sampaio da Nóvoa à 2ª volta.
Mas primeiro há um obstáculo que necessita de transpor: ficar à frente de António José Seguro.
O que só conseguirá se ganhar a batalha pela cidadania e se libertar dos pesos pesados socialistas que o apoiam.