Um novo Sidónio Pais

Quase todos os ilustres apoiantes que estiveram na apresentação da candidatura de Gouveia e Melo não vêm da cidadania mas da política e do ressabiamento, na sua maioria ressabiados do PSD que não conseguiram vingar no partido, como Fernando Seara, Fernando Negrão, Rui Gomes da Silva, ou que tiveram acidentes fatais no caminho, como Isaltino Morais.
A cereja gigante em cima deste bolo chegou com a apresentação do ex-líder do PSD, Rui Rio, como mandatário de Gouveia e Melo.
Rio falou mais de si e do seu programa para o país do que do Almirante. Acontece que Rio não é candidato a primeiro-ministro. O seu programa também já foi chumbado com estrondo pelos portugueses nas eleições legislativas de 2022, quando o PS de António Costa obteve maioria absoluta.
Como um Presidente da República não governa, o que faz Rio na sua candidatura? E o que levou Gouveia e Melo a aceitá-lo? Será que a ideia é presidencializar o regime, aproveitando o seu estertor? Mas sem apoios para uma revisão constitucional, será que vamos assim a um retorno aos tempos de Sidónio País, ao putsch militar e ao plebiscito de uma Constituição?