A semana horribilis de Moedas

Na segunda-feira, o comício com a presença da autarca madrilena Ayuso foi mal organizado e teve pouca gente, gerando forte polémica nas hostes da candidatura, como conta Miguel Carrapatoso no Observador.
No debate na RTP de quarta-feira, Moedas não teve a força de há 15 dias no debate da SIC.
Ainda para mais, na RTP, Moedas atacou quase no final João Ferreira por causa da questão da subida dos impostos em Lisboa, o candidato comunista que é a sua galinha dos ovos de ouro para derrotar Alexandra Leitão através da dispersão de votos à esquerda. Um erro estratégico.
No mesmo debate, Alexandra Leitão, mantendo a prestação regular conseguiu, por isso marcar pontos. Com o acréscimo de não escorregar na casca de banana da questão dos manifestantes pró-palestinianos, à frente do MUDE, revelando discrição na matéria. Não enfiou a carapuça de radical de esquerda que Moedas quer que enfie.
Na sexta-feira, a jornalista da RTP Lavínia Leal, numa peça sobre a tragédia no Elevador da Glória denunciou o facto de a Câmara Municipal de Lisboa não ter contactado os feridos e as famílias das vítimas mortais. Segundo disse a CML em comunicado, só contactou quem o solicitou. Moedas, que nalgumas redes sociais, é conhecido como “menino chorão”, arrisca ser acusado de hipocrisia e chorar lágrimas de crocodilo perante a tragédia, quando os seus atos são bem diferentes. Num acidente da dimensão do ascensor, Moedas teria de estar totalmente proactivo nos primeiros dias, como esteve, por exemplo, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.